Cadeira Paimio – Alvar Aalto

Alvar Aalto ganhou um concurso para o projeto do Sanatório para tuberculose em Paimio. A obra foi construída de 1929 a 1933. Sua preocupação com o bem-estar dos pacientes, que em função da doença permaneceriam longos períodos no local, foi ponto norteador do projeto. Também por essa preocupação, a poltrona 41 foi criada.

Aalto já havia pesquisado sobre a técnica de madeira dobrada por 5 anos, sua pesquisa revolucionou os designs da década de 30. Uma de suas maiores preocupações era resolver o problema de idade dos móveis, que está ligado as conexões verticais e horizontais. Na época, todas essas conexões eram realizadas por meio de parafusos e pregos, o que cedia com o tempo e o móvel perdia sua função.

Em suas pesquisas, o arquiteto chegou a uma solução por meio da madeira laminada dobrada. Com essa solução a poltrona não precisaria de nenhum elemento de ligação externo que prejudicaria sua longevidade.

O designer então se preocupou em como unir a técnica da madeira dobrada com a melhor forma para as poltronas que participariam do mobiliário destinado ao sanatório. Assim surgiu a poltrona 41, ou poltrona paimio como também é conhecida. Ela foi projetada para que os pacientes de tuberculose se sentem e respirem com mais facilidade, seu encosto tem a melhor angulação para facilitar a respiração e suas aberturas são para ventilar as costas do paciente.

Essa poltrona se tornou um clássico do design de móveis por sua incrível leveza atingida com uma técnica inovadora e por se diferenciar dos móveis fabricados na época. Enquanto eles eram feitos de metais tubulares, Aalto preferiu a madeira por achar ser o material adequado para móveis, por seu natural calor e tato. Hoje as poltronas 41 são fabricadas ainda na Finlândia e podem ser adquiridas nas lojas Artek ou online. O exemplo da foto, é de 1932, ano que a poltrona foi criada pelo designer. A foto foi tirada no Museu do Pavilhão Real de Brighton, Inglaterra.

A madeira utilizada para a fabricação da poltrona foi a Bétula Finlandesa. A Bétula é uma árvore de grande altura e direita. Sua cor é amarelada ou rosada (muitas vezes confundida com carvalho), variando conforme o local de crescimento, a época do ano que seu corte é realizado, e seu processo de secagem. Sua densidade varia entre 590 e 740 Kg/m3, o que a torna uma madeira muito dura.

Esta madeira é também de fácil acesso e preço mais acessível que outras madeiras com características parecidas. Um de seus defeitos é sua porosidade, é facilmente manchada e por isso grande parte de seus produtos são protegidos por tintas ou verniz. Bétula é muito usada para a fabricação de madeira laminada por sua dureza extrema e seu custo benefício e seu corte é o tangencial.

Fonte: Universidade Federal do Paraná